Dos bancos escolares para os dias de hoje

Cadernos, borrachas, lápis, mochila... Sempre lembro com saudades do cheirinho de materiais escolares novos, no primeiro dia aula, quando encontramos os antigos colegas e fazemos novas amizades. É neste dia que matamos as saudades dos amigos que não encontramos nas férias, da colega com quem costumamos abrir o coração, da turma bagunceira ou quietinha... Do professor legal ou do chato. Não importa. O primeiro dia de aula sempre é o melhor dia de todo o ano letivo.

Professores novos, alguns antigos, uniformes branquinhos e impecáveis, lembranças do ano que passou e planos para o vindouro. Às vezes, nos deparamos com disciplinas que nunca tivemos antes ou mesmo aquelas que amamos. Tudo começa no primeiro dia de aula: as preocupações com as provas, com os trabalhos em grupo, com as notas... E ainda tem o cheirinho que vem da cantina quando está bem próximo do recreio e o aroma do café, que vem da sala dos professores.

Adorava o primeiro dia de aula, quando reencontrava meus amigos, fofocava e "matava" aula. Estudei o segundo grau, hoje ensino médio, em uma escola particular do Rio de Janeiro, o Colégio Campo Grande. Lá, passei os melhores momentos da minha vida escolar, tive bons amigos, um namorado especial, ótimos e inesquecíveis momentos. Ainda hoje tenho contatos, através das redes sociais, como Orkut e Facebook, com aqueles cuja amizade perdura até hoje. Mas os momentos ficaram na saudade.

Joguei basquete, fui dançarina e atriz em algumas apresentações artísticas, fiz par com meu namorado na época em apresentações de festival de poemas, toquei teclado e até cantei a Canção da Despedida (Amigo é coisa para se guardar...) na minha formatura. Além de matar aula no banheiro, na lanchonete da esquina e em churrascos na casa de outros colegas. Aprontei, chorei, amei, esqueci, enfim, vivi. Vivi os bons momentos da minha adolescência...

Sempre estudei, passava cola e colava também. Gritava, cantava e assistia aula em outra sala que não era a minha, tudo para ficar mais perto dos amigos. Trocava cartinhas de papel com os colegas, escrevia poemas durante as aulas de química e ouvia walkman (tipo discman) escondido nas aulas de física. Como era difícil esconder aquele objeto enorme, que tocava fitas k7...

Enfim, hoje levei meus filhos para o primeiro dia de aula (já estão na quinta série), mas percebi neles o que sentia na época em que estudava: um misto de nervosismo, alegria e frio na barriga. Assim, aos que ainda estão nos bancos escolares, aproveitem cada momento como se fosse único, para não dizer último. A nós, que já passamos por isso, resta apenas a saudade!!!

Vida acadêmica - Durante minha vida escolar, também fui aluna no Lar da Menina, na Escola Técnica de Comércio de Tubarão e na escola municipal Manoel José Antunes, todas em Tubarão (SC). Os últimos anos foram no Colégio Campo Grande (RJ). Depois, faculdade de Jornalismo e pós-graduação em História da Arte na Unisul e, atualmente, faculdade de artes visuais na Uniasselvi.

Professora - Como professora, fiz parte da história de alguns alunos: lecionei no Centro de Educação de Jovens e Adultos e na escola (em que fui aluna) Manoel José Antunes, em Tubarão, e em Capivari de Baixo, nas escolas Santo André e Stanislau Gaidzinsk Filho.