quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Escolhas da vida?

Há momentos na vida em que precisamos tomar certas decisões, muitas vezes difíceis, outras um pouco mais fáceis. Não sei bem ao certo o motivo, mas são estas escolhas que farão com que a gente dê - ou não - o próximo passo. Ou, até, a percorrer o caminho errado. Ou certo, vai saber?


Depois que perdi meu bebezinho, em janeiro, fiquei revoltada, triste, deprimida, principalmente nos três primeiros meses. Depois, a poeira baixou, mas continuei um pouco revoltada, me cobrando e muito por tudo o que aconteceu e descontando no marido toda a minha ira, raiva ou sei lá o que...
Nos últimos meses, tudo estava meio confuso, incerto e ainda triste. Agosto, por exemplo, está sendo o pior mês do ano: seria quando teria o baby.
Precisava desabafar, conversar, chorar, contar minhas mágoas e dores, mas quis guardar tudo dentro de mim. E isso me fazia sentir ainda mais rancor... De mim e dos outros.
Vou dizer: não está sendo fácil. A superação é algo que varia de acordo com cada pessoa - e muitas vezes me senti sozinha, pois ninguém entende isso.
Então, este mês tomei minhas decisões para o futuro, fiz as escolhas pra minha vida e, quer saber, ninguém tem nada a ver com isso.
Cansei de pressões antigas de pessoas dizendo: "quando vai ter bebê?"; depois que engravidei e perdi, o questionamento era: "agora, está se cuidando para depois ter de novo, né?". É um saco! A vida é minha e a decisão, também. Estou bem sem ninguém se metendo na minha vida ou querendo dar palpites. Para isso, sei que fui dura com elas (e até comigo mesmo!) e merecem meu pedido de desculpas.
Conversei com meu marido sobre os receios, sobre tudo o que está acontecendo, e estou um pouco aliviada. Na verdade, a primeira conversa foi com minha médica, que disse que esses sentimentos são normais, comuns.


Resolvi me libertar do passado, dar um sumiço nas coisinhas que me remetem à essa tristeza (vender, encaixotar, tudo!). Tirei do armário roupas que me lembravam a gravidez ou que comprei para usar durante a gestação. Resolvi mudar, apesar de a dor ainda estar presente...
Escolhi ser feliz, me libertar de pressões e ressentimentos. Escolhi a vida, o recomeço, a felicidade. A dor? Sim, ela atrapalha um pouco ainda. Mas tenho certeza que vai passar e, com isso, poderei seguir com as minhas escolhas.
E finalizo, então, com as sábias palavras de Caio Fernando Abreu: "A vida é feita de escolhas. Quando você dá um passo à frente, inevitavelmente alguma coisa fica para trás".

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