quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A inevitável pergunta numa conversa entre as mulheres

Tatiana Dornelles
Era para ser apenas uma conversa sobre moda, filhos, trabalho. Até que o inevitável chegou ao bate-papo: homens. Minha amiga começou a contar coisas sobre seu namorado, do que ele gosta que ela faça, do que não gosta, enfim... A conversa já se alongava por horas e mais horas. Entre comparações e desabafos, eis que surge a inevitável pergunta: E no meu lugar, o que você faria?
Ai, convenhamos, mas acho que essa pergunta é para lá de “fora da casinha”. Pense comigo. É difícil responder a uma pergunta desse gênero, até porque a gente não está no lugar da pessoa, não pensa e não age como ela. Mesmo que minha resposta seja o que ela queira ouvir, no fundo, no fundo, ela não irá fazer exatamente como eu respondi. Logo, do que adianta eu me imaginar no lugar dela e falar o que faria, se na realidade ela não vai seguir meu conselho (e se conselho fosse bom, não se dava, vendia-se, como diz o velho ditado).
É mais ou menos como quando a gente pergunta para a mãe ou irmã (principalmente quando somos adolescentes): Com que roupa eu vou? Certamente, você vai usar outra totalmente o oposto daquela em que sua mãe ou irmã disseram para você usar. Eu fui assim.
Então, essa pergunta deveria ser abolida do vocabulário feminino (até porque acho que os homens não a usam muito...). Por mais que uma amiga, mãe ou irmã fale que devemos agir de tal forma, falar tais coisas e pensar de tal maneira, somos o que somos, sem tirar nem colocar. Talvez por um tempo até cheguemos a pensar que fosse melhor ser o que os outros querem (ou aconselham), mas não conseguiremos por muito tempo. Imaginar-se no lugar do outro em determinada situação também não é fácil, afinal, somente quem vive aquele momento, com aquelas pessoas sabe exatamente como agir. Então, como vou fizer: No seu lugar, eu faria assim, seria assim...
Cada um tem o seu lugar no mundo e conhece aqueles que o cerca. Logo, devemos viver intensamente, falar o que sentimos e agir da maneira que achamos conveniente em determinadas situações. E aí, você, no meu lugar, o que faria?

Um comentário: