O artista tubaronense Willy Zumblick completaria hoje, se
estivesse vivo, 100 anos. Durante cerca de 75 anos, dedicou parte de sua vida à
arte, retratando em suas obras, com cores fortes e traços marcantes, a história
de Santa Catarina e as tradições e a cultura de um povo.
Ainda na adolescência, logo que voltei do Rio de Janeiro,
onde morei por sete anos, via constantemente aquele senhor bem vestido
caminhando pelas ruas da Cidade Azul. Aos poucos, e ouvindo histórias de meu
avô Ary Soares - que sempre fazia seus óculos na Ótica Zumblick -, fui ficando
aficionada pelas obras do artista. Mas a paixão, mesmo, aquela avassaladora,
veio um pouco depois.
Quando veio a falecer, em abril de 2008, também fiz questão
de escrever o caderno especial sobre o artista e de participar de todo o evento
fúnebre. Um momento que fez parte da história da cidade e cuja perda deixou
tudo sem cor, bem diferente das obras pintadas por ele. Meus filhos, que ainda
estavam com oito anos na época, também acompanharam a despedida no museu que
leva seu nome. Ainda lembro do arrepio, na saída do cortejo, quando os
escoteiros aplaudiram com a palma escoteira. No Horto dos Ipês, o adeus com
honrarias de chefe de Estado. Foi-se o artista, ficou o legado.
Mas minha história com Willy Zumblick não termina ainda.
Como professora de Artes, sempre ensinei aos meus alunos detalhes (às vezes tão
singelos) sobre o artista e sua obra. Releituras, interpretações, análises de
cores e traçados, tudo muito bem trabalhado em sala de aula para que crianças,
jovens e adultos levassem para a vida e para sempre um pouco do que Willy
deixou para a população. Uma vida eternizada em obras de arte...
Como escotista - sim, depois entrei para o Movimento -,
orgulho-me de ser do mesmo grupo ao qual pertenceu um membro tão célebre e grandioso
como Willy. Parte do que é ensinado às crianças e adolescentes na sede, todo
sábado, vem da persistência de um homem que lutou - junto com outras pessoas -
para fundar o grupo.
Novamente como jornalista, este ano, pedi para que o
especial de centenário de Willy Zumblick pudesse ser produzido por mim. Mesmo
sem ter sido apresentada a Willy Zumblick, sinto como se tivesse o conhecido,
talvez pelo pouco que pude aprender, escrever e ensinar sobre ele; talvez por
ser admiradora de suas obras, ou talvez pelo fato de sermos da mesma
fraternidade, mesmo em épocas diferentes. Uma vez escoteiro, sempre escoteiro!
Para mim, Willy Zumblick será sempre o artista maior, um
gênio talentoso. Ou, simplesmente, o eterno Willy.
Confira também a homenagem no nosso outro site: Destino Mundo Afora
* Artigo que escrevi e foi publicado no jornal Diário do Sul.
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