quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O Eterno Willy

O artista tubaronense Willy Zumblick completaria hoje, se estivesse vivo, 100 anos. Durante cerca de 75 anos, dedicou parte de sua vida à arte, retratando em suas obras, com cores fortes e traços marcantes, a história de Santa Catarina e as tradições e a cultura de um povo.
Ainda na adolescência, logo que voltei do Rio de Janeiro, onde morei por sete anos, via constantemente aquele senhor bem vestido caminhando pelas ruas da Cidade Azul. Aos poucos, e ouvindo histórias de meu avô Ary Soares - que sempre fazia seus óculos na Ótica Zumblick -, fui ficando aficionada pelas obras do artista. Mas a paixão, mesmo, aquela avassaladora, veio um pouco depois.


Já formada em jornalismo e atuando na área, sempre fiz questão de escrever as matérias relacionadas a Willy, como forma de aprender um pouco - e cada vez mais - sobre a vida e a obra do artista. Acompanhei toda a angústia da família, mesmo que da redação, quando Willy foi internado. Neste meio tempo, meus filhos, Tael e Elton, entraram para o Movimento Escoteiro e tamanha foi minha surpresa quando descobri que ele - Willy Zumblick - foi um dos fundadores e primeiro presidente do 9º Grupo Escoteiro Tubarão.
Quando veio a falecer, em abril de 2008, também fiz questão de escrever o caderno especial sobre o artista e de participar de todo o evento fúnebre. Um momento que fez parte da história da cidade e cuja perda deixou tudo sem cor, bem diferente das obras pintadas por ele. Meus filhos, que ainda estavam com oito anos na época, também acompanharam a despedida no museu que leva seu nome. Ainda lembro do arrepio, na saída do cortejo, quando os escoteiros aplaudiram com a palma escoteira. No Horto dos Ipês, o adeus com honrarias de chefe de Estado. Foi-se o artista, ficou o legado.
Mas minha história com Willy Zumblick não termina ainda. Como professora de Artes, sempre ensinei aos meus alunos detalhes (às vezes tão singelos) sobre o artista e sua obra. Releituras, interpretações, análises de cores e traçados, tudo muito bem trabalhado em sala de aula para que crianças, jovens e adultos levassem para a vida e para sempre um pouco do que Willy deixou para a população. Uma vida eternizada em obras de arte...
Como escotista - sim, depois entrei para o Movimento -, orgulho-me de ser do mesmo grupo ao qual pertenceu um membro tão célebre e grandioso como Willy. Parte do que é ensinado às crianças e adolescentes na sede, todo sábado, vem da persistência de um homem que lutou - junto com outras pessoas - para fundar o grupo.
Novamente como jornalista, este ano, pedi para que o especial de centenário de Willy Zumblick pudesse ser produzido por mim. Mesmo sem ter sido apresentada a Willy Zumblick, sinto como se tivesse o conhecido, talvez pelo pouco que pude aprender, escrever e ensinar sobre ele; talvez por ser admiradora de suas obras, ou talvez pelo fato de sermos da mesma fraternidade, mesmo em épocas diferentes. Uma vez escoteiro, sempre escoteiro!
Para mim, Willy Zumblick será sempre o artista maior, um gênio talentoso. Ou, simplesmente, o eterno Willy.


Confira também a homenagem no nosso outro site: Destino Mundo Afora

* Artigo que escrevi e foi publicado no jornal Diário do Sul. 

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